8 de agosto de 2013
Regular a floresta intensiva, é preciso!
Já no mês passado, quando abordei esta questão, me pareceu que o Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização regulado pelo Decreto-Lei 96/2013 não iria passar sem as organizações ambientalistas se levantarem contra.
As LPN, Quercus, GEOTA, FAPAS, Oikos, Gaia, A Rocha, Flamingo e SPEA lançaram, pois, um apelo público através da carta intitulada “É necessário travar a desregulamentação radical das plantações intensivas na floresta”, na sequência do que vários Deputados de vários grupos parlamentares apresentaram na AR um solicitação de Apreciação Parlamentar, com pedido de audição do SE das Florestas para discutir aquele Diploma.
Eu aplaudo a iniciativa e estou daqui a apoiá-la. Mas acham que a maioria PSD/CDS não vai dar cobertura à lei feita pelo seu Governo? Seria, parece-me, a primeira vez.
Estou, estamos, cá para ver!
Ainda continuamos a arder!
O país continua a arder a bom arder. Embora conste que a um ritmo inferior à época homóloga do ano passado, há já a lamentar a perda de muita floresta, agricultura, casas e animais. E vidas humanas também.
Sabemos bem que a floresta mediterrânea arde, mas também sabemos que arderia menos se a gestão florestal ajudasse mais e melhor. Não nos cansaremos de repetir.
Eusébio Moro, um inventor espanhol criou um sistema baseado em bolas com espuma, de cerca de 2m de diâmetro que, lançadas de helicóptero ou avião sobre o fogo, explodem e têm um bom efeito no domínio das chamas. Além disso é um processo muito mais barato que o tradicional dos sacos pendurados nos helicópteros ou dos depósitos montados sob os aviões.
Os EUA já estão a experimentar. Em Espanha, não sei, mas é natural que sim. Nós, por cá, ainda temos que gastar muita água e gasolina e comprar muita calda retardante.
Aguardamos pela última moda, como o Bocage!
As plantas, uma matéria-prima multiusos!
- Construir em madeira é prática antiga de muitos séculos. Já não espanta. Mas construir uma igreja apenas em madeira, com mais de 37m de altura, já espanta. Aconteceu na Rússia há mais de 150 anos e até o sino é em madeira. E ainda está de pé e de boa saúde. Mas, cuidado que arde!
- Um instituto de investigação chinês pesquisa para a Coca-Cola a produção de garrafas feitas a partir de plantas e resíduos de agricultura. Esta multinacional dos refrigerantes pretende garantir que a totalidade do plástico PET utilizado nas suas garrafas contenha materiais PlantBottle de 1ª geração até 2020. É uma tecnologia que converte os açúcares das plantas em ingredientes semelhantes aos de origem fóssil utilizados para produzir fibras de poliéster e resina. A Coca-Cola nunca brinca em serviço!
- Na Holanda, a Waarmakers desenhou a scooter elétrica mais ecológica do mundo. Em vez de aço e plástico, é construída a partir de compósitos produzidos com fibras de linho, de cânhamo e bioresinas. Estes materiais dão-lhe a robustez e a resistência de que necessita. Pode não parecer, mas é verdade!
Mário Pinheiro