Objetivos novos(?) com métodos velhos
Reincorporar no solo todos os ramos e folhas resultantes da desrama das árvores, ou fazer permanecer no terreno, após as operações de abate, os ramos e as bicadas até que soltem as folhas e os ramos mais finos, retirando depois a lenha sobrante, ou triturando in loco todos os resíduos do abate, enterrando-os ou não, são variantes duma técnica que, inteligentemente, se utiliza na reinstalação de cobertos florestais.
Sendo naquelas partes das árvores que se encontra uma boa parte dos nutrientes que elas absorveram e que ainda não mobilizaram para a produção de lenho, é muito sensato exportar das matas apenas a madeira dos troncos e reciclar os resíduos. Eles ajudam a compensar o desgaste em nutrientes e favorecem a estrutura e o arejamento do perfil, ajudam ao desenvolvimento da microfauna e à micorrização da nova cultura.
Há também quem use esta técnica na recuperação de solos degradados, pomares, hortas e jardins, como forma eficaz e barata de disponibilizar nutrientes para a instalação de jovens plantas. É, de resto, o que se consegue quando se enterra vegetação em verde ou restos de culturas.
Enfim, a ideia é boa, mas não se pense que é moderna. Ela é tão velha quanto o Homem que “inventou” a agricultura.
Um milhão de euros bem empregues
Entrou em funcionamento a 1 de junho uma nova forma de vigilância e deteção de incêndios no Parque Nacional Peneda-Gerês. É um sistema constituído por 13 câmaras e baseado em espectrometria ótica, que deteta fumo de origem vegetal à distância. Também recolhe e envia dados climáticos e geográficos, neste caso para os comandos distritais de operações de socorro (CDOS) de Viana do Castelo, Braga e Vila Real.
Trata-se dum ato cujo custo é inteiramente justificado, pois, de acordo com informação do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (calculámos médias anuais para 1990-2008) ocorreram no Parque mais de 76 focos de incêndio por ano, que consumiram mais de 1100 hectares de vegetação; muita dela única.
Com um ano de atraso, pois o sistema estaria já previsto para o verão passado, chegou, enfim, uma medida, um investimento, que um espaço tão importante, tão estimado por nacionais e estrangeiros e tão fruído, claramente reclamava já. Mais vale tarde …!
Se esta medida vai ser eficaz, cá estaremos para ver. Mas a verdade é que se trata de proteger o nosso único Parque Nacional. E isso não tem preço.
(In)conveniências da sociedade de consumo
Já temos por adquirido que tudo quanto seja equipamento elétrico ou eletrónico, por maior cuidado que se lhe dedique, não dura muito. E temos isso como inevitável. Apenas os mais velhos, que ainda têm termos de comparação, mostram a sua nostalgia quando são obrigados a mandar para reciclagem algum televisor, telefone ou máquina de lavar. Dizem-lhes que o preço da reparação não se justifica. Que novo fica mais barato. As “coisas” agora não duram nada, costumam dizer.
O mesmo terá sentido o espanhol Benito Muros, que não se resignou. Estudou este problema e concluiu que é possível alterar este estado de coisas.
Para já colocou à venda na net, pela empresa OEP Electrics lâmpadas que se propõem durar 25 anos seguidos acesas, resistir a 10000 comutações diárias e, além do mais, com uma poupança de 92% na energia e de 70% nas emissões de CO2. É uma “bombilla”, como dizem nuestros hermanos, … a lâmpada!
Evidentemente, está ameaçado de morte! Do que é que o Benito estava à espera!?
Mário Pinheiro